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Tati Barros

Agrotóxicos: os riscos desses agentes e como evitá-los


Se tem um título que, definitivamente, nenhum país deveria ostentar é o de campeão mundial em consumo de agrotóxicos. E, infelizmente, é o Brasil o número 1 deste ranking. Para se ter uma ideia, apenas em 2020, foram registrados 315 novos pesticidas no país, segundo dados publicados no Diário Oficial.

E por que os usos de agrotóxicos são tão ruins?

Antes de qualquer coisa, vamos entender o que são esses agentes. Trata-se de produtos químicos que são usados agricultura, para diferentes finalidades, como preparação do solo, mudanças na composição da flora e da fauna e acabar com ervas daninhas, fungos e insetos que podem prejudicar a lavoura.

O grande problema desses produtos é o fato de mudar completamente o ecossistema. Dependendo de como aplicado, podem matar plantações, matar abelhas e outros insetos benéficos para polinização, poluir os rios, colocar em risco a saúde dos trabalhadores rurais e contaminar alimentos que consumimos.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, as principais doenças relacionadas à intoxicação por agrotóxicos são: arritmias cardíacas, lesões renais, câncer, alergias respiratórias, doença de Parkinson, fibrose pulmonar, entre outras.

Alguns dos alimentos que apresentam maiores níveis de contaminação de agrotóxicos são o pimentão, morango, uva, cenoura, alface, tomate, mamão e laranja. Sem falar que, no Brasil, a contaminação da água por agrotóxicos pode ser cinco mil vezes maior do que o máximo permitido na Europa.

Mas não são só esses: Segundo a ANVISA, um terço dos alimentos consumidos diariamente no país estão contaminados e, dentre eles, 28% apresentam componentes não autorizados ou em quantidade que excede o limite autorizado.

Tipos de agrotóxicos

Esses pesticidas não são tudo igual, sabia? Na verdade, existem tipos específicos para cada finalidade. São eles:

Herbicida: age contra ervas daninhas;

Fungicida: contra fungos que causam doenças;

Inseticida: contra insetos.

Esses agrotóxicos podem ainda ser usados antes do plantio, para tratar sementes, ou ainda após a colheita, evitando proliferação de doenças durante o armazenamento dos produtos.

Agroecologia: solução para esse problema


É preciso explicar que o uso de agrotóxicos, de forma alguma, deveria ser o modelo mais usado em plantações. E como uma alternativa muito mais sustentável e benéfica para nossa saúde está a agroecologia.

Neste modelo, é reduzido ou até eliminado o uso de agentes químicos. Para isso, há um cuidado especial com a saúde do solo e, consequentemente, dos alimentos ali plantados. Entre as práticas adotadas estão o respeito à biodiversidade, rotação de culturas, compostagem, diversidade no plantio, uso de defensivos naturais, entre outros.

A ONU é grande defensora da agroecologia e, inclusive, já lançou um relatório dizendo que ser um modo de produção mais justo socialmente, já que beneficia também os pequeno produtores.

Como incentivar a agroecologia?

Procure consumir alimentos dos pequenos agricultores da sua região e incentive iniciativas de plantações orgânicas. Descubra se perto de você há feiras, hortas coletivas ou programas de assinatura de kits orgânicos. O investimento irá valer a pena!


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